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Que o senhor dos mares os façam tranquilos e aos ventos suaves.

domingo, junho 27, 2010

Freinet


Célestin Freinet nasceu em 1896 em Gars, povoado na região da Provence, sul da França. Antes de cursar magistério foi pastor de rebanhos. Lutou na Primeira Guerra Mundial em 1914, quando os gases tóxicos do campo de batalha afetaram seus pulmões para o resto da vida. Em 1920, começou a lecionar na pondo em prática suas ideias como a aula-passeio e o livro da vida. Filiou-se ao Partido Comunista Francês. Dois anos depois, fundou a Cooperativa do Ensino Leigo, para desenvolvimento e intercâmbio de novos instrumentos pedagógicos. Em 1928, já casado com Élise Freinet (que se tornaria sua parceira e divulgadora), mudou-se para Saint-Paul de Vence, iniciando intensa atividade. Cinco anos depois, foi exonerado do cargo de professor. Em 1935, o casal Freinet construiu uma escola própria em Vence. Durante a Segunda Guerra, o educador foi preso e adoeceu num campo de concentração alemão. Libertado depois de um ano, aderiu à resistência francesa ao nazismo. Recobrada a paz, Freinet reorganizou a escola e a cooperativa em Vence. Em 1956, liderou a vitoriosa campanha 25 Alunos por Classe.
No ano seguinte, os seguidores de Freinet fundaram a Federação Internacional dos Movimentos da Escola Moderna (Fimem), que hoje reúne educadores de cerca de 40 países. Freinet morreu em 1966.
Muitos dos métodos de Freinet são utilizados até hoje, até mesmo por educadores que nunca ouviram falar nele.


Freinet foi um educador da Escola Nova, que manifestou-se contra o ensino tradicionalista. Sempre acreditou que é preciso transformar a escola por dentro, pois é exatamente ali que se manifestam as contradições sociais.
Na teoria do dele o trabalho e a cooperação vem em primeiro plano, defende, em contrario a outros pedagogos, que o trabalho é fundamental a criança. Para ele, a atividade é o que orienta a prática escolar e o objetivo final da educação é formar cidadãos para o trabalho livre e criativo. Segundo ele um dos deveres do professor é criar um ambiente de atividades laboriosas, para estimular as crianças a procurar as suas próprias respostas e a fazer e formular experiências. Buscando apenas, no professor, um instrumento para organizar o trabalho, colaborando ao máximo para o êxito dos seus alunos, pois não via valor didático no erro. Ele acriditava que o fracasso desiquilibrava e era um fator de desestímulo.

Ao lado de duas pedagogias (trabalho e êxito), propôs, finalmente, uma pedagogia do bom senso, nela a apredizagem resulta de uma relação entre ação e pensamento, ou teoria e prática. O professor conhece o aluno e o orienta com base na psicologia.
Invariantes pedagógicas
1. A criança é da mesma natureza que o adulto.
2. Ser maior não significa necessariamente estar acima dos outros.
3. O comportamento escolar de uma criança depende do seu estado fisiológico, orgânico e constitucional.
4. A criança e o adulto não gostam de imposições autoritárias.
5. A criança e o adulto não gostam de uma disciplina rígida, quando isto significa obedecer passivamente uma ordem externa.
6. Ninguém gosta de fazer determinado trabalho por coerção, mesmo que, em particular, ele não o desagrade. Toda atitude imposta é paralisante.
7. Todos gostam de escolher o seu trabalho mesmo que essa escolha não seja a mais vantajosa.
8. Ninguém gosta de trabalhar sem objetivo, atuar como máquina, sujeitando-se a rotinas nas quais não participa.
9. É fundamental a motivação para o trabalho.
10. É preciso abolir a escolástica.
1. Todos querem ser bem-sucedidos. O fracasso inibe, destrói o ânimo e o entusiasmo.
2. Não é o jogo que é natural na criança, mas sim o trabalho.

Técnicas desenvolvidas por Freinet
• A Aula-Passeio: aulas de campo, voltadas para os interesses do estudantes
• A Auto-avaliação: fichas criadas por Freinet, preenchidas pelos alunos, como forma de registrar a própria aprendizagem
• A Auto-correção: modalidade de correção de textos feita pelos próprios autores, no caso os alunos, sob a orientação do educador
• A Correspondência Interescolar: atividade largamente utilizada por Freinet, na qual os alunos se comunicavam com outros estudantes de escolas diferentes
• O Fichário de consulta: fichas criadas por alunos e professores, para suprir as lacunas deixadas pelos livros didáticos convencionais
• A Imprensa escolar: os textos escritos pelos alunos tinham uma função social real, já que não serviam meramente como forma avaliativa, já que eram publicados e lidos pelos colegas
• O Livro da vida: caderno no qual os alunos registram suas impressões, sentimentos, pensamentos em formas variadas, o qual fica como um registro de todo o ano escolar de cada classe
• O Plano de trabalho: atividade realizada em pequenos grupos que sob a orientação do educador, com base em um dado tema, desenvolvem um plano a ser realizado num certo intervalo de tempo
• O Texto Livre: tipo de texto em que o aluno não é obrigado a escrever como nas escolas tradicionais. É livre em formato e em tema. Relaciona-se com a técnica da Imprensa Escolar, Livro da vida e Correspondência Interescolar.

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